quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ouve-se cada uma!

Quando faço viagens para a Guarda ouço com frequência os noticiários da Antena 1.
Hoje destaco duas pérolas da informação, daquelas que poem em evidência a democracia em que vivemos.
Na primeira o sumo da questão era o envio, uma vez mais, de soldados portugueses para o Afeganistão. Que "é o menor contingente já enviado", que começámos "com 300 e agora vão menos de 30" (acho). Rebéubéu, pardais ao ninho. E que "há que contar com o factor Obama, que, se assim o desejar, poderá condicionar o envio de mais homens." Ahhh. Então está um país a fazer guerras durante séculos, a combater mouros, espanhóis, franceses, e sei lá mais o quê, para se afirmar como um país soberano, e agora vem aí o Presidente dos "Staites" dizer quantos soldados portugueses é que vão para o Afeganistão?
Segunda pérola: o Tratado de Lisboa vai ser novamente referendado na Irlanda. E, dizia o jornalista, os irlandeses "terão de voltar a dizer o que pensam" acerca do mesmo tratado. É caso para perguntar às mentes brilhantes do Conselho Europeu de Bruxelas, reunidas em mais uma Cimeira "o que é que não perceberam?"
É a Europa dividida em dois: a Europa dos trabalhadores europeus, que já mostrou sinais de recusar este Tratado (ou chamemos-lhe "Constituição Europeia" à força), e a Europa dos chefes de Estado e Governos, que repetirão o referendo as vezes que forem necessárias até dar o resultado que esperam e lhes convém. Isto é que é uma democracia.... Ainda falam do Mugab...
Não se pode andar a bater com a mão no peito, e a dizer "aqui d'el-rei", que a democracia está a ser atacada, para de seguida, de acordo com outros (ou os mesmos) interesses, se subverter o conceito de democracia ("poder do povo") e obrigar (é o termo) um povo de um país a ir votar outra vez algo que já tinha sido referendado.

Para terminar, não posso deixar de dizer que já esperava o que aconteceu na reunião entre a plataforma sindical e o ME. Sem suspensão deste modelo de avaliação não pode haver diálogo possível. E a luta crescerá de tom. Necessariamente. A Luta vai continuar, cada vez mais forte.

Razões de sobra para fazer um post enorme, que possivelmente ninguém vai ler até ao fim.

10 comentários:

Anónimo disse...

Eita mulher com génio, não te passa nada despercebido.

Abraço

Maria disse...

Os posts que têm interesse, por mais extensos que sejam, são lidos até ao fim.
Como este!
Pois, é, Obama é a salvação (ah ah ah ah), espero bem que os irlandeses os tenham no sítio e confirmem o que disseram há uns tempos, e pos fim A LUTA CONTINUA!!!!

Beijinho

Fernando Samuel disse...

Bom post - para ler até ao fim... e saber a pouco...


Um beijo.

Anónimo disse...

O melhor éfazer referendos na Europa toda.

duarte disse...

UN-SALT SEA
AOS STATES DIGO O MESMO QUE CHAVEZ FORA DAQUI YANKEES!
A EUnida sofre dum problema crónico de surdez,por isso gritemos aos ouvidos desses #%$%: NÃO!!!
Quanto à próxima jornada de luta devemos estar todos presentes,visto estar em causa a formação dos nossos filhos...que é tão simplesmente O FUTURO!!!
abraço do vale

samuel disse...

É a informação que temos... pena que tanta gente não a "descodifique" assim...

Abreijos

Justine disse...

Li até ao fim, Sal, e estou solidária com a tua indignação com todos esses assuntos que focas e que infelizmente são apenas uma amostra da total falta de ética dos senhores do poder...
Beijinho para ti e C. e M.:))

Susete Evaristo disse...

Espero sinceramente que os Irlandeses não obstante a situação conómica em que se encontram, não estejam a ser coagidos nem se sintam coagidos a votar de forma diferente. Ai sim a democracia está pelo tapete.

miguel disse...

sobre o referndo ao tratado, é caso para dizer que: para seguir uma linha coerente, todos os países terão de ratificá-lo novamente, mesmo os que o fizeram por via parlamentar. Se os irlandeses têm de se pronunciar de novo, por que não todos os outros?

Lúcia disse...

Escreve, mulher, que é tempo de discorrer. E toda a gente lê! Quem não ler, perde:))
Disseste tudo.
O refrendo será repetido as vezes necessárias. Ora aí está um bom modelo democrático. Votem, votem - até nos agradar o resultado!
No resto - tudo dito.

Beijinhos, Sal