“Quando descobrimos aquilo de que somos feitos e a maneira como somos construídos, descobrimos um processo incessante de construção e destruição e apercebemo-nos de que a vida está à mercê desse processo interminável. Tal como os castelos de areia das praias da nossa infância, a vida pode ser levada pela maré.” António Damásio, O Sentimento de Si (1999)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Síntese
O segundo concerto do ciclo "Síntese", no Teatro Municipal da Guarda, é já no próximo sábado, dia 1, pelas 21h30.
Desta vez vamos fazer um reportório que envolve o elemento teatral na música contemporânea.
Óptima oportunidade para assistir a uma peça (da compositora portuguesa Constança Capdeville) que não é feita desta 1982, altura em que foi estreada na Gulbenkian.
Outro momento a não perder é a estreia absoluta de "Ricercare" do meu amigo Domenico Ricci, um excelente pianista italiano que teve a feliz ideia de se mudar há uns anos para Portugal. Esta obra tem a particularidade de ser escrita para "voz, n instrumentos e público" (sim, público!), e tem uma forte componente aleatória, com improvisação à mistura.
Adianto ainda que este concerto começa com uma pizza. Se querem saber mais... apareçam!
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Alerta: comunicado de última hora
*Comunicado de última hora*
Em comunicado, o Governo de José Sócrates já garantiu que os trabalhadores portugueses estão totalmente fora de perigo!
Recebido por email, ontem. Curioso como continuamos a ter a capacidade de rir da nossa má-sorte.
domingo, 26 de outubro de 2008
Ouvir com "Repeat"..
Música para uma data especial...
E para ouvir no repeat, se apetecer.
Esta canção chama-se "Beatriz". É de autoria de Edu Lobo e Chico Buarque (olha que dois...) para a excelente interpretação de Maria João e Mário Laginha (olha que dois outra vez...).
É praticamente impossível não gostar.
Tu gostas, não é?
E para ouvir no repeat, se apetecer.
Esta canção chama-se "Beatriz". É de autoria de Edu Lobo e Chico Buarque (olha que dois...) para a excelente interpretação de Maria João e Mário Laginha (olha que dois outra vez...).
É praticamente impossível não gostar.
Tu gostas, não é?
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Professores domesticados? Não, obrigado!
É raro gostar de algum artigo que seja da revista Visão. Mas desta vez, recebi este texto por email, fresquinho.. Confesso que o segundo parágrafo aqui transcrito me fez pensar alto um "Exactamente", e senti vontade de partilhar isto convosco.
“O ambiente das escolas é agora de ansiedade, com a corrida ao cumprimento das centenas de regulamentações que desabam todos os dias do Ministério para os docentes lerem, interpretarem e aplicarem. Uma burocracia inimaginável, que devora as horas dos professores, em aflição constante para a conciliar com uma vida privada cada vez mais residual e mesmo com a preparação das lições, em desnorte com as novas normas (tal professor de filosofia a dar aulas de "baby sitting" em cursos profissionalizantes) - tudo isto sob a ameaça da despromoção e do resultado da avaliação que pode terminar no desemprego (...)
No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais do que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento, e de fabricação de subjectividades obedientes".
E acrescento esta ideia: as "técnicas terríveis de dominação" a que se refere este cronista (nem sei como esta tirada passou na censura...) servem, nada menos nada mais, senão a uma única parte interessada: ao grande Capital. A este interessa, sobretudo, que as pessoas sejam acríticas, "bem comportadinhas", que se sintam intimidadas a fazer greves, manifestações, críticas ao(s) governo(s), etc , e - técnica ainda mais refinada - ensinem pelo exemplo (ou pior ainda, pelas palavras) os nossos estudantes a ter exactamente essa atitude. Domesticados, pois. Para podermos ser explorados até ao tutano.
Mas a luta aí está. Todos os dias. Para desmontar este grande esquema, e impedir que alastre. No que depender de mim, não vai haver domesticação nenhuma! Somos livres. Não voltaremos atrás. Disse.
Mas a luta aí está. Todos os dias. Para desmontar este grande esquema, e impedir que alastre. No que depender de mim, não vai haver domesticação nenhuma! Somos livres. Não voltaremos atrás. Disse.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Síntese
Começa amanhã o "Síntese" - III Ciclo de Música Contemporânea da Guarda.
Eis uma das razões que me tem impedido de actualizar o Mar sem Sal com mais regularidade.
E ainda tenho bastante trabalho pela frente...
C'est la vie! Ninguém disse que isto (esta vida, entenda-se) era fácil... Mas quem canta por gosto...
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Hoje só quero dizer isto
Sobre o Ivan Lins podia dizer muita coisa. Podia escolher muitas outras belas canções.
Mas esta, hoje, é tudo o que quero dizer.
Porque sim.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Post Novo, desculpa velha
Blogue desactualizado...
Pouco tempo
Mente ocupada,
tempo para nada,
tempo para pouco, mas afinal...
Pouco mudou neste país.
E o que mudou não foi mudança para melhor,
foi só mais uma manobra para ...
(escolha a resposta certa:)
1-...salvar os bancos da "crise" (qual crise?);
2-...salvar o sistema capitalista durante mais uns anos até este explodir outra vez (tão certo como hoje ser dia 13);
3-..serem sempre os mesmos a pagar...
Pessimista, eu? Não. Realista.
Post novo, "crise" velha...
E assim vai o mundo.
Pouco tempo
Mente ocupada,
tempo para nada,
tempo para pouco, mas afinal...
Pouco mudou neste país.
E o que mudou não foi mudança para melhor,
foi só mais uma manobra para ...
(escolha a resposta certa:)
1-...salvar os bancos da "crise" (qual crise?);
2-...salvar o sistema capitalista durante mais uns anos até este explodir outra vez (tão certo como hoje ser dia 13);
3-..serem sempre os mesmos a pagar...
Pessimista, eu? Não. Realista.
Post novo, "crise" velha...
E assim vai o mundo.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Vindimas (à moda de Miguel Torga)
Confiança
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
Sem ter tempo para dizer tanta, tanta coisa que me ocorre durante o dia, chego à noite, sento-me ao computador e apetece-me ler poesia e ouvir música, e esquecer que vivo num país governado pelos Marretas... só que sem graça nenhuma. Será fuga? (será gente?) Gente não é, certamente, mas a fuga às vezes bate assim...
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
Sem ter tempo para dizer tanta, tanta coisa que me ocorre durante o dia, chego à noite, sento-me ao computador e apetece-me ler poesia e ouvir música, e esquecer que vivo num país governado pelos Marretas... só que sem graça nenhuma. Será fuga? (será gente?) Gente não é, certamente, mas a fuga às vezes bate assim...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
7 de Outubro - uma chegada
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
6 de Outubro - uma partida
São 23:58 de 6 de Outubro de 2008.
Houve uma partida na minha vida, neste dia, há 12 anos atrás.
Já passaram 12 anos?
Que vida tão estranha, esta...
há quem diga que para cada partida existe uma chegada...
(ver post seguinte)
Houve uma partida na minha vida, neste dia, há 12 anos atrás.
Já passaram 12 anos?
Que vida tão estranha, esta...
há quem diga que para cada partida existe uma chegada...
(ver post seguinte)
sábado, 4 de outubro de 2008
Música para o Fim-de-Semana
Já ando para falar neste compositor há uma data de tempo. Depois de ter ido a um blogue amigo, cá me decidi.
A música de Gyorgy Ligeti prende-nos à cadeira. Tenho quase sempre essa impressão quando a ouço. Tem uma escrita simples, directa, uma abordagem minimalista em termos de utilização do material musical (intervalos, padrões rítmicos) mas, um pouco como Beethoven - com as devidas diferenças, entenda-se - Ligeti explora ao máximo todas as possibilidades que uma pequena quantidade de material fornece. Por exemplo, chega a fazer obras (de curta duração) com a manipulação de apenas quatro notas e apenas duas ou três células rítmicas. O resultado é magnífico. Deixo-vos com um video do Estudo n. 13 para piano, com o bonito nome "L'escalier du diable" ("A escada do diabo")*.
* Que foi a recente escolha musical do meu aluno João Cunha no seu blogue. Foi tão boa a escolha que resolvi publicá-la também. Boa, João!
A música de Gyorgy Ligeti prende-nos à cadeira. Tenho quase sempre essa impressão quando a ouço. Tem uma escrita simples, directa, uma abordagem minimalista em termos de utilização do material musical (intervalos, padrões rítmicos) mas, um pouco como Beethoven - com as devidas diferenças, entenda-se - Ligeti explora ao máximo todas as possibilidades que uma pequena quantidade de material fornece. Por exemplo, chega a fazer obras (de curta duração) com a manipulação de apenas quatro notas e apenas duas ou três células rítmicas. O resultado é magnífico. Deixo-vos com um video do Estudo n. 13 para piano, com o bonito nome "L'escalier du diable" ("A escada do diabo")*.
* Que foi a recente escolha musical do meu aluno João Cunha no seu blogue. Foi tão boa a escolha que resolvi publicá-la também. Boa, João!
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Dia Mundial da Música (ontem)
O ano lectivo avança. Já estamos em Outubro.
O meu horário este ano não me deixa respirar. O meu Mar sem Sal passa uns dias sozinho, coitadinho. E até as homenagens às coisas, acontecimentos e pessoas que tenho como muito importantes são feitas tardiamente. Desta vez escrevo com um dia de atraso. A 1 de Outubro, além de jornadas de luta com um enorme sucesso (apesar de haver para aí um certo Governo a tentar dizer o contrário), também se comemora o Dia Mundial da Música.
Não tendo palavras para descrever aquilo que me prende a esta Arte, deixo-vos um dos meus Lieder favoritos, de autoria de Schubert: "An die Musik". Trata-se de uma das mais belas canções em forma de homenagem que alguma vez foram escritas à arte dos sons e dos silêncios. Quem, como eu, precisa de música para respirar, entenderá certamente, porque é que, como diz a letra, lhe "agradeço por isso".
E nada melhor que ouvir um dos melhores cantores de sempre, Dietrich Fischer-Dieskau, numa gravação original, de 1959, com Gerald Moore ao piano.
O meu horário este ano não me deixa respirar. O meu Mar sem Sal passa uns dias sozinho, coitadinho. E até as homenagens às coisas, acontecimentos e pessoas que tenho como muito importantes são feitas tardiamente. Desta vez escrevo com um dia de atraso. A 1 de Outubro, além de jornadas de luta com um enorme sucesso (apesar de haver para aí um certo Governo a tentar dizer o contrário), também se comemora o Dia Mundial da Música.
Não tendo palavras para descrever aquilo que me prende a esta Arte, deixo-vos um dos meus Lieder favoritos, de autoria de Schubert: "An die Musik". Trata-se de uma das mais belas canções em forma de homenagem que alguma vez foram escritas à arte dos sons e dos silêncios. Quem, como eu, precisa de música para respirar, entenderá certamente, porque é que, como diz a letra, lhe "agradeço por isso".
E nada melhor que ouvir um dos melhores cantores de sempre, Dietrich Fischer-Dieskau, numa gravação original, de 1959, com Gerald Moore ao piano.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
1 de Outubro
Hoje é dia 1 de Outubro.
De que é que estás à espera?
É tempo de LUTAR.
Não fiques parado, a olhar...
De que é que estás à espera?
É tempo de LUTAR.
Não fiques parado, a olhar...
Subscrever:
Mensagens (Atom)