sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Longe vão os tempos... (será?)

"Em 1926 é instalado o regime fascista.
A Constituição de 1933 estabelece a igualdade dos cidadãos perante a lei “salvo quanto à mulher, às diferenças da sua natureza e do bem da família”.
O Código Civil de 1934 consignava o homem como o “chefe da família a quem a mulher e a criança deviam obediência”. À mulher competia, sobretudo, os cuidados domésticos: “ manter o asseio, a ordem e a alegria no lar”, mas a realidade social evidenciava a existência de mulheres a trabalhar ganhando 2/3 do salário do homem.

Num discurso de 1933, Salazar afirmava: “o trabalho da mulher fora do lar desagrega este, separa os membros da família, torna-os estranhos”. “À mulher compete tornar a casa atraente e acolhedora, prestar ao marido a deferência e submissão como chefe de família” – lê-se no Manual de Educação Moral e Cívica, que constava do programa escolar nos anos 40.

Muitos provérbios populares davam expressão ao modo como o regime fascista encarava as mulheres: A casa é das mulheres e a rua é dos homens; A mulher e o melão, o calado é o melhor; A mulher só diz duas verdades por dia. Ao levantar-se: - Tenho tanto que fazer hoje! Ao deitar-se: - Passou-se o dia e não fiz nada; Quem a sua mulher ensina a ler ou é cornudo ou está para ser; Da burra im e da mulher que sabe latim livra-te tu e a mim; Não provam bem as senhoras que se metem a doutoras."

in www.mdm.org.pt

Passados quase 35 anos de Revolução de Abril, que marcou profundamente a viragem na forma como a mulher é encarada na sociedade portuguesa, definindo pela primeira vez os seus direitos e a sua função social, o seu papel, atrevo-me a perguntar: Será que é verdade? Será que já não há razões para as mulheres se sentirem descriminadas? Será que a sociedade já lhe atribui a verdadeira importância? Será??

4 comentários:

Ana Camarra disse...

Sal

Ainda há muita discriminação, muita mesmo!

beijos

Fernando Samuel disse...

Há muitas e muitas razões para as mulheres se sentirem descriminadas, apesar de Abril - porque a ofensiva contra Abril, que já leva 32 anos, é uma ofensiva global, que atinge tudo o que foram (ou são) as grandes conquistas da nossa Revolução.


Um beijo amigo.

Justine disse...

Infelizmente essa cultura machista continua a existir na prática, na vida real.
E levará mais alguns anos a desaparecer - mas vai desaparecer!

samuel disse...

Ainda há muito caminho para andar!
Felizmente, muito já se pode ir fazendo de mão dada... lado a lado.

Abreijos