Cavalo à solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
José Carlos Ary dos Santos
“Quando descobrimos aquilo de que somos feitos e a maneira como somos construídos, descobrimos um processo incessante de construção e destruição e apercebemo-nos de que a vida está à mercê desse processo interminável. Tal como os castelos de areia das praias da nossa infância, a vida pode ser levada pela maré.” António Damásio, O Sentimento de Si (1999)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Aquele Ary que me fala ao coração
Etiquetas:
Amor,
cavalo à solta,
coração,
José Carlos Ary dos Santos,
paixão,
Vida
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Um dos poemas-cantigas mais bonitos de Ary...
Beijinhos a todos
Lindo.
Bjs
Andas tão loitária, Sal, que decidi vir dar-te mais um beijinho e dizer que é um belo post. Poema e poeta a lembrar sempre e sempre.
Solitária, quis dizer...
Arrebatador!
As coisas que ele teria feito se não tivesse morrido!...
Beijinhos, grandes, grandes...:)
Fala ao coração... e muito bem. Alto e bom som, ou doçe...
Abreijo.
Há tanto tempo que não ouvia O Tordo Cantando Ary.
Obrigado
ef
Enviar um comentário