sábado, 31 de outubro de 2009

Música para o fim-de-semana

Recomendo vivamente uma passagem pelo TMG, hoje às 21h30, para o concerto de encerramento do 4º "Síntese",o ciclo de música contemporânea que tem lugar todos os anos, por esta altura. Hoje toca o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, grupo fundado pelo grande compositor português (também comunista) Jorge Peixinho.

sábado, 24 de outubro de 2009

Música para o Fim-de-Semana



Sou fã da música impressionista. Já por aqui deixei rastos da música de Debussy, mas hoje calhou a vez a Ravel, compositor que é conhecido por uma obra muito emblemática, o Bolero, uma obra que evidencia as grandes qualidades deste compositor.
Porém, nesta obra que escolhi, "Ma mere l'Oye" ("A minha mãe gansa") o seu refinado cuidado orquestral, o seu bom gosto na fusão de timbres e a sua abordagem melódica são evidentes. O resultado é uma obra aparentemente simples, mas intensa, que se vai revelando a pouco e pouco, como um véu que destapa algo mais íntimo. É uma música que, afinal, acaba por se revelar muito mais profunda e complexa do que parecia inicialmente.
Deixo-vos dois andamentos; o primeiro, "Pavane de la Belle au bois dormant" (Pavane da Bela adormecida), e o último, "Le jardin féerique" (O jardim das fadas), tocados pela Orquesta da RTVE (Orquestra da Radio Televisão Espanhola), dirigida pelo maestro Ramon Tebar.
Agora que Portugal tem um novo Governo, cuja Ministra da Cultura (Gabriela Canavilhas) é oriunda do meio musical erudito, pode ser que haja orçamento para (re)criar uma Orquestra da Radio Televisão Portuguesa, a fim de que este ministério possa cumprir o serviço público de levar a Cultura, e, neste caso, a música erudita a todos os portugueses, e não apenas àqueles que a usam como bibelot de ostentação social.
Ouçamos Ravel, que ajuda a sonhar!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amostra sem valor


Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.

Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.


Amostra sem valor
António Gedeão

sábado, 17 de outubro de 2009

Música para o Fim-de-Semana

Estou de regresso ao meu mar sem sal...
O trabalho, uma campanha eleitoral, uma cadela operada de emergência, umas quantas noites (quase) sem dormir e uma criança que fez anos...
E agora um momento para sofrer com a morte de Liú, na ópera "Turandot", de Puccini, talvez a minha ópera preferida, ouvida até à exaustão nesta versão fantástica de 1998, na Cidade proibida, em Pequim, naquele que é agora o "Palácio da Cultura e do Povo".

Neste excerto, que de tão breve (10m.) deixará os visitantes com "água na boca" para ver toda a ópera (assim espero), assistimos à ária final da Liú, a fiel criada do rei Timur, rei deposto, pai de Calaf.
Calaf é o herói que desafia a morte, querendo responder aos três enigmas propostos pela fria princesa Turandot, que mandava decapitar cada homem de sangue real que não acertava nas respostas.
Mas ele acerta, e face à resistência da princesa em se entregar, propõe-lhe ele mesmo um enigma: que ela descobrisse o seu nome, e de madrugada ele morreria se tal acontecesse, e ela quisesse.
Assim, após este desafio, a princesa manda que ninguém durma em Pequim naquela noite até que se descubra o nome do estrangeiro (é quando Calaf canta a famosa ária "Nessum Dorma" - ninguém durma). Entretanto, os soldados descobrem Timur e Liú, e tentam arrancar o nome do príncipe através da tortura, mas Liú adianta-se e diz só ela possuir o nome dele, tentando assim salvar o pai do seu amado Calaf. Porém, não resistindo, acaba por falar com a princesa, dizendo-lhe que vai fechar os olhos para que Calaf possa vencer, e que também ela amará o príncipe. Fechará os seus olhos para não mais o vêr.. ("per non vederlo piú")
E suicida-se na presença da princesa...

"Tu, che di gel sei cinta", que se poderá traduzir mais ou menos por "tu que estás rodeada de gelo", é uma das grandes árias operáticas, das mais difíceis, das mais arrebatadoras... E a soprano Barbara Frittoli interpreta-a de uma maneira sublime, aqui com a orquestra dirigida por Zubin Mehta, nesta produção fantástica.


A boa notícia é que quem conseguiu ler o post até aqui é porque já está preparado para ouvir uma ópera inteira!!!

Bom fim de semana.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Parar... respirar... continuar...

Estou em Campanha... logo... não tenho tempo para nada.

Ainda nem tive tempo de fazer o meu luto pela

Mercedes Sosa



A ti, muchas gracias, Mercedes Sosa.