quinta-feira, 24 de novembro de 2011

viva à GREVE GERAL

Vamos usar a nossa FORÇA... PARA LUTAR!






VIVA À (JÁ) GRANDE GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO!!!!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

poema em dia de chuva

Quis o destino que se abatesse em meu corpo uma doença.
Está para aqui a estrabuchar... E nas "abertas" lanço-me a um livro, ao computador, à procura de qualquer coisa. De respirar. Ver coisas.
Às vezes fico só assim, meia instável... à espera que o tempo passe. E Há bocado, num desses desatinos, estive a ler poesia. E li uma muito bonita. Que aqui vos deixo.

É de autoria do amigo António Lains Galamba.

Os Lírios Debruçados


"amo como nunca amei.
o coração das flores, os lírios debruçados na tua ausência
amo os caminhos que nos separam
porque permitem o «nós» e o difícil acesso.
gosto dos dedos caninos que acenam desatenções
pelo meio das más línguas do mundo."


Bem bonita.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O fio pendurado na árvore




Este país está por um fio. Já não é o fio dental em que se havia transformado a tanga de outros tempos, quando as vacas ainda estavam no início do regime... Não. O fio dental lá continua... Este fio de que vos falo, é o fio que está ali pendurado na árvore da troika, e que todos os dias avistamos da janela de nossa casa, ou pelo retrovisor do automóvel... É um fio forte: constituído por teias sedosas, finas, cortantes... É um fio comprido: pendurado está, sem no entanto tocar no chão. Balança suavemente, muito suavemente, quando um vento de revolta lhe passa perto... mas não o suficiente para o fazer tombar... Este fio espera-nos. Ameaçadoramente. Colocaremos nossa cabeças uma por uma, (como nossos pobres países... um por um) e tombaremos liquidados, enforcados, silenciosos... os nossos corpos vão jazer por terra e empurrar-nos-ão para dar lugar a outro... Não sem antes nos roubarem as vestes, os relógios, as jóias (se ainda havia alguma), e os dentes de ouro. Depois tiram-nos dali. Já não servimos para nada.
E o fio lá continuará, implacável. Liquidando.
Triste sina esta, de servir de alimento... aos mercados...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Rosto dos dias

Tentei escrever-te um poema,
mas parei de respirar.
Quando tentava desfazer as malas
após a viagem
da minha inconsciência,
ouvi o ruído longínquo,
que me fez ficar imóvel,
a pensar o que seria:
uma provocação,
ou uma serra eléctrica
a atravessar o vazio?
Nada mais.
Só a imagem de um rosto no espelho,
e este cansaço bruto,
e este surdo sentimento mudo
de um corpo que não obdece,
mas que usurpou toda a energia.
Como se o dia
subitamente
tivesse arrefecido.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Troika e a LUTA

Não, não é uma peça de teatro com este nome. É apenas um causa e uma consequência. É claro que podem ser invertidas, estas duas. Afinal, a Troika é uma consequência directa de muita gente não ter partido para a Luta quando o devia ter feito. Agora acordamos todos os dias com este pensamento: o que é que vão inventar hoje?, e dá-nos uma terrível angústia pensar que estamos à mercê de objectivos tão obscuros.
O que é que falta retirar aos portugueses? horas de descanso? ordenado? Subsidios de natal? a saúde? a escola publica? os transportes (a mobilidade, seja ela por carro, por comboio, ou metro?), a dignidade?
A luta é o posto disso tudo. A Luta é aquele momento especial do dia - de um dia qualquer, ou de um dia de greve - em que pensamos "estou a lutar por mim, pelos meus filhos, pela minha dignidade, custe o que custar".
Mas o melhor dia de todos é aquele em que se faz greve pela primeira vez. Ou em que se vota naquele partido que lá em casa todos temem - mas que eu sei que pode mudar o mundo.
Por isso, à Troika respondemos com Luta. Porque a primeira é o fim da nossa dignidade, e a segunda o princípio da mesma.