quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Votos de Bom Ano de 2010

mensagens para orkut
(ler até ao fim)

"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exacta para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afectos morra,
Por ele e por você,
Mas que, se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar, e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar."


"Desejo Primeiro", de Victor Hugo
Já por aqui passou, mas não resisto a postá-lo de novo, pelo significado que tem.
Boas Entradas!
E cuidado com os ...



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MÚSICA PARA COMEÇAR O ANO

Não, não é um anjo que canta.
É Philippe Jaroussky, um contratenor fantástico,
que tem tudo para ser um dos melhores cantores do mundo.

A música de Fauré, na sua voz, é ainda mais bela.
O poema de Paul Verlaine é ainda mais... de cortar a respiração.

Deixo-vos "En Sourdine"... para deixar o silêncio falar...
Feliz Ano Novo



Calmes dans le demi-jour
Que les branches hautes font,
Pénétrons bien notre amour
De ce silence profond.

Fondons nos âmes, nos coeurs
Et nos sens extasiés,
Parmi les vagues langueurs
Des pins et des arbousiers.

Ferme tes yeux à demi,
Croise tes bras sur ton sein,
Et de ton coeur endormi
Chasse à jamais tout dessein.

Laissons-nous persuader
Au souffle berceur et doux
Qui vient, à tes pieds, rider
Les ondes des gazons roux.

Et quand, solennel, le soir
Des chênes noirs tombera
Voix de notre désespoir,
Le rossignol chantera.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Música para meio da semana...

Um momento de rara beleza: a interpretação que Renée Fleming faz de "Morgen" ("Manhã"), de Richard Strauss.
Para escutar de olhos fechados pelo menos duas vezes seguidas - só uma vez não chega, porque os 4 minutos desta "manhã", sabem-nos a tão pouco...
E, de resto, quem não gosta de prolongar a sua manhã um pouco mais, principalmente quando chove lá fora, e cá dentro está quentinho, e estamos quase no Natal?


sábado, 19 de dezembro de 2009

Para o Sérgio, sobrevivente deste dia...

O pintor morreu...
Mas o nosso camarada SR não!
Um grande beijo para ti neste 19 de Dezembro.... sempre tão difícil.



Fascismo nunca mais!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Old and Wise

Quando eu era muito novita, tinha eu os meus 11, 12 anos, um dos meus irmãos mais velhos disse-me "anda cá ouvir esta música".
E eu gostei muito. E durante alguns anos, como todas as adolescentes, tinha uma canção preferida, que ouvia no quarto às escuras, e às vezes ficava a pensar " e quando eu fôr mais velha como serei, como será tudo?"
Este tema de Alan Parsons Project, "Old and Wise", era cantado por Eric Woolfson. O intérprete tinha uma voz muito meiga e suave, que era diferente dos "michael-jacksons-e-afins" da altura... Talvez por isso me dissesse mais...
Descobri hoje que o Eric Woolfson morreu este mês, com cancro, e subitamente... fiquei triste.



nota: o video não corresponde bem à música, mas foi a melhor montagem que arranjei no youtube.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Hoje o meu pai fez anos

74 anos. E eu senti-me como se o estivesse a perder devagarinho...
às vezes parece-me que tudo se está a ir embora , muuuuito suavemente... para eu não perceber...
Mas hoje percebi...
Vivemos tudo agora, hoje-amanha-e-depois...
Porque também em breve o hoje se acaba, o amanha, não vem, e já não existe depois...
Como gostava de parar esta torrente do tempo...
Como gostava de reter apenas que andamos vivos e felizes...
Mas há sempre uma nuvem a pairar por cima de nós, como que a lembrar-nos "um dia tu também acabarás"...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Poema do Silêncio



Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.

José Régio

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

"Para Todos Nóooooosssss"



clicar na imagem para ler melhor!

Papa em Portugal

Sua Santidade (S.S.) vem a Portugal.
Não estou lá muito feliz com a notícia.
Já estou a imaginar uma ainda maior romaria de gente por essas estradas sem nenhumas condições para peregrinos (nem para peões, quanto mais), desta vez numa afluência que poderá causar embaraços ao trânsito, para estar a 12/13 de Maio em Fátima. Creio que é desta que a A1 fecha por completo as poucas faixas de rodagem.
Mas além de ir a Fátima S.S. também irá a Lisboa.
Além disso parece que S.S. também irá ao Porto...
S.S. será recebida por Cavaco Silva (C.S.), com quem, julgo, terá uma aula sobre como comer bolo-rei delicadamente (que eles lá no Vaticano só comem pizza). Por fim S.S. será recebido pelo senhor Primeiro Ministro, com quem está já agendada uma sessão de choque tecnológico, com troca de galhardetes por sms, e uma pequena incursão no mundo da corrupção, através de uma navegação num "Magalhães", para verificar como estão as contas nos diversos off-shores onde Sócrates (S) enfia o pilim depois dos "golpes" que vai dando aos portugueses.
Parece que S.S. tem muito a aprender com C.S., mas principalmente com S., com quem espera poder aprender a fazer homilias aos domingos e enviá-las por fax aos fiéis.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Não vou à Polónia nem que me paguem!




Porquê? Por isto:

"Num momento em que a crise económica expõe a verdadeira natureza do capitalismo e gera um crescente descontentamento nas massas populares, as autoridades polacas voltam a investir contra os ideias comunistas, procurando agora através da repressão apagar todos os sinais do socialismo que muitos recordam cada vez mais com nostalgia.

Uma lei que o presidente Lech Kaczynski se preparava para promulgar nesta semana estabelece a total proibição dos «símbolos comunistas» ou de «outros regimes totalitários».

O diploma, proposto pelos dois maiores partidos, a Plataforma Cívica, no poder, e Partido da Lei e Justiça, liderado pelo antigo primeiro-ministro, Jaroslaw Kaczynski, prevê coimas e penas de prisão para os prevaricadores que ousarem produzir, possuir ou distribuir «símbolos comunistas».

Para além desta proibição geral, que poderá incluir, entre muitos outros exemplos, imagens de Che Guevara, uma estrela vermelha ou a foice e o martelo, a lei prevê igualmente a alteração dos nomes de ruas e edifícios que ainda mantêm designações anteriores a 1989."

in Avante

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aquele Ary que me fala ao coração



Cavalo à solta


Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.



José Carlos Ary dos Santos

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Musica para animar a alma

Esta mulher canta como uma deusa!
Vou fazer uma tatuagem a dizer " I LOVE YOU, CECILIA BARTOLI "

Música para começar a semana

... Os mais sisudos que me perdoem a fuga do chinelo do pé... mas desta vez ... é mesmo o que estou a pensar... I will survive... recomeçar a semana... o mês... dia após dia...



Beijinhos a todos os que me escreveram emails preocupados. A mensagem é mesmo esta: I will survive!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Viver sempre também cansa


Viver sempre também cansa!


O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.

O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.

As paisagens não se transformam
Não cai neve vermelha
Não há flores que voem,
A lua não tem olhos
Niguém vai pintar olhos à lua

Tudo é igual, mecanico e exacto

Ainda por cima os homens são os homens
Soluçam, bebem riem e digerem
sem imaginação.

E há bairros miseráveis sempre os mesmos
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe
automóveis de corrida...

E obrigam-me a viver até à morte!

Pois não era mais humano
Morrer por um bocadinho
De vez em quando
E recomeçar depois
Achando tudo mais novo?

Ah! Se eu podesse suicidar-me por seis meses
Morre em cima dum divã
Com a cabeça sobre uma almofada
Confiante e sereno por saber
Que tu velavas, meu amor do norte.

Quando viessem perguntar por mim
Havias de dizer com teu sorriso
Onde arde um coração em melodia
Matou-se esta manhã
Agora não o vou ressuscitar
Por uma bagatela

E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo..
José Gomes Ferreira

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

25 de Novembro: Pelo fim da violência contra a mulher

De quantos mais exemplos o mundo precisa para acabar com este horror?

FIM À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES







NAME: Sujata.
AGE: 31.
DATE: October, 2001.
PLACE: Annada Prasad, Lord Hardinge Union, Lalmohon, Bhola.
PERSONAL: A young housewife.
DESCRIPTION: She was raped at her own home village.







NAME: Rahima.
AGE: 26.
DATE: October, 2001.
PLACE: Narail.
PERSONAL: A Social Worker.
DESCRIPTION: She worked as one of the Awami League polling agents in the General Election of October 1, 2001. Due to this she become the victim of as acid attack by BNP cadres.







NAME: Savitri Das.
AGE: 30.
DATE: October 1, 2001.
PLACE: Gournadi, Barisal.
PERSONAL: A 5 month pregnant house wife.
DESCRIPTION: Soon after the election of October 1, 2001, the local criminals gang raped her before the eyes of her husband.







NAME: Shefali Rani Das.
AGE: 35.
DATE: October 2, 2001.
PLACE: Annada Prasad, Lalmohon, Bhola.
PERSONAL: A house wife.
DESCRIPTION: The one-legged paraplegic was not spared. She could not flee her village and was gang raped.







NAME: Rita Rani Das.
AGE: 8.
DATE: October 4, 2002.
PLACE: Annada Prasad, Lalmohan, Bhola.
PERSONAL: She is a primary school going student.
DESCRIPTION: She fell under the wrath and lust of B.N.P-Jamaat and was gang raped by them repeatedly.







NAME: Purnima Shill.
AGE: 16.
DATE: October 8, 2001.
PLACE: Ulla Para, Shirajganj.
PERSONAL: A student of class ten.
DESCRIPTION: The BNP terrorists snatched away Prunima from her mother's bosom but not before father and mother had been unconscious. They gang raped her after kidnapping her. She was courageous enough to speak of her terrible over in a press conference in Dhaka and expose just one of hundreds of similar instance of gang rape due to political reason.







NAME: Shandya Rani Das.
AGE: 32.
DATE: November, 2001.
PLACE: Mirer Sharai, Chittagong.
PERSONAL: A housewife.
DESCRIPTION: This forlorn house wife was raped and her house looted.







NAME: Simi.
AGE: 23.
DATE: December 23, 2001.
PLACE: Klilgaon, Dhaka.
PERSONAL: A creative art college student.
DESCRIPTION: Getting no justice for her harassment and dishonor in the hands of the BNP activists, she committed suicide in protest and frustration. Those responsible for her death and named in charge sheet of Police, are roaming around freely in the area due to protection of local MP and current Minister for Public Works, Mirza Abbas.







NAME: Mahima.
AGE: 17.
DATE: February 15, 2002.
PLACE: Puthia, Rajshahi.
PERSONAL: Daughter of Abdul Hannan, an Awami League campaigner.
DESCRIPTION: Her father worked in favor of Awami League in the election of October 1, 2001. Terrorists belonging to the Four Party Alliance (BNP-Jamaat-e-Islami) kidnapped her and later, raped her over and over again, they even went on to record the whole period by still camera. When the brutes displayed the pictures of her rape in public, in shame and dishonor Mahima opted to commit suicide.







NAME: Shabnaj Parvin Shathi.
AGE: 4.
DATE: March 7, 2002.
PLACE: Jhenidah.
PERSONAL: She was daughter of Wajed Ali.
DESCRIPTION: She was sadistically murdered after being raped by Khokan, a local leader of JCD. (student wing of BNP.).







NAME: Fahima.
AGE: 15.
DATE: March 15, 2002
PLACE: Mirpur, Dhaka
PERSONAL: She was a high school student.
DESCRIPTION: Shuman, Alim and Nasir, the JCD cadres of Mirpur, used to irritate/tease Fahima relentlessly on March 2 she was kidnapped and taken to an under ground store room. When, after beating her fiercely, raped her time and again. After his traumatic experience Fahima committed suicide.







NAME: Rajufa.
AGE: 7.
DATE: March 21, 2002
PLACE: Baghmara-Konda, Rajshahi
PERSONAL: She is daughter of Rajab Ali, a poor farmer and a supporter of Awami League.
DESCRIPTION: Four local cadres of BNP- Ashraful, Israfil, Rahimuddin and Mokhles broke into the house of Rajab Ali to rape his daughter Rajufa at the dead of the night as an act of political odetta. To facilitate the gang rape, the ruling coalition cadres slit her vagina with a knife and thereafter repeatedly raped her.







NAME: Sheuli.
AGE: 10.
DATE: April 19, 2002
PLACE: Kandra, Puthia, Rajshahi
PERSONAL: A school going girl.
DESCRIPTION: Harun-ur-Rashid, son of an influential local BNP leader, Abdul Jalil, did not even spare this 10 years old girl. Given his ruling coalition links and protection by BNP leadership. Administration has been unable to take any action.







NAME: Josna.
AGE: 23.
DATE: April 4, 2002
PLACE: Miazanpur, Char Fashion, Bhola
PERSONAL: She is a dust and dumb women, daughter of Alhaz Mohammad Ali.
DESCRIPTION: She was raped by BNP cadres on presence of her parents. Her only offence was that her parents supported and worked for Awami League during the last election.







NAME: Lipi.
AGE: 13.
PERSONAL: She is a school going student
DATE: May, 2002
PLACE: Rupgonj,Narayangonj
DESCRIPTION: Another rape victim.







NAME: Chhbi Rani Mondol.
AGE: 25.
PERSONAL: A leader of Rampal upazila Awami League
DATE: August 21, 2002
RESIDENCE: Rampal, Bagerhat
DESCRIPTION: She was abducted by BNP leader his armed cadres from a local bus stand and subsequently taken to the BNP office. The BNP cadres stripped her naked, molested her and cut off her hair. She was beaten with hammer and clubs on the face, chest and forehead. The thugs then took nude photographs of her before throwing her out on the road.







NAME: Mahfuza.
AGE: 32.
PERSONAL: House Wife
DATE: August 30,2002
PLACE: Satkhira
DESCRIPTION: She was gang raped & tortured by BNP cadres. Sheikh Hasina attending Mahfuza.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eugénio, fala por mim...

Amor

Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
essa perna é tua?, esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente á tua boca,
abre-se a alma à lingua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi facil, nunca,
também a terra morre.


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Para Rir

Palavras para quê? São as "novas tecnologias" aplicadas à arte... Uma espécie de "choque tecnológico"...



Obrigada, GR, pelas risadas proporcionadas.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A 200 km hora

Ando a 200 km/h outra vez. Se eu soubesse o que sei hoje ter-me-ia dedicado a uma profissão mais calma que a minha, como por exemplo polícia da brigada de minas e armadilhas, ou líder de um grupo extremista radical. Tudo seria mais simples que ser professora (e cantora, já agora).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Muros e Rios

Um dia escreveu Brecht:

Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o
comprimem


Hoje ouvi falar mil vezes na queda do muro de Berlim. Ouvi mil vezes a estória do povo da RDA, então, "libertado" da sua prisão.

Foi fácil falar, condenar, apontar o dedo, vociferar, até. Mas ninguém se preocupou em vêr um pouco para além do óbvio - é claro que não concebemos construções de muros para impedir pessoas de circular. Mas quem se preocupou em falar sobre a pressão do grande Capital sobre a Alemanha oriental, e as suas múltiplas formas de aliciar os seus bem formados profissionais para deixarem a RDA? Porque razão condenam de forma tão agressiva um muro, e não condenam uma base militar como Guantanamo? Quantos mortos há em Guantanamo? Quantos presos ilegais sujeitos a tortura? Guantamo existe, hoje, agora, enquanto escrevo. E a violência contra a Palestina? Quantas crianças morreram já? Quantas vão morrer ainda? A Palestina existe, agora, hoje, enquanto tu lês este post.

O grande Capital sabe bem onde quer chegar e qual o caminho a seguir.
Esse sim.
É o verdadeiro responsável pela violência das águas. E por toda a podridão do mundo.

sábado, 7 de novembro de 2009

7 de Novembro de 1917


No ano em que nasceu a minha avó materna, senhora de nome Albina, que veio a falecer 90 anos depois, nascia na Rússia uma esperança, com Vladimir Ilitch Lenin, e o Partido bolchevique. Lembraremos sempre este momento especial da história revolucionária dos povos.
Viva a revolução de Outubro!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Banda Sonora de Novembro

Mari Boine.
Esta voz fantástica, norueguesa, que habita neste mundo inteiro, mas às vezes parece evaporar-se no ar, como uma ténue aragem...



(Que pena ter perdido o concerto que deu há um ano e meio, em Portugal!)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Novembro

Novembro...
Mês de frio, mês de chuva.



Mês das boas comidinhas, mês das castanhas...



Mês dos cogumelos...


Mês em que se começa a acender a lareira...


Novembro...
Mês de revoluções...



Mês de recordações...



Mas, sobretudo, mais um mês em que estamos vivos.

sábado, 31 de outubro de 2009

Música para o fim-de-semana

Recomendo vivamente uma passagem pelo TMG, hoje às 21h30, para o concerto de encerramento do 4º "Síntese",o ciclo de música contemporânea que tem lugar todos os anos, por esta altura. Hoje toca o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, grupo fundado pelo grande compositor português (também comunista) Jorge Peixinho.

sábado, 24 de outubro de 2009

Música para o Fim-de-Semana



Sou fã da música impressionista. Já por aqui deixei rastos da música de Debussy, mas hoje calhou a vez a Ravel, compositor que é conhecido por uma obra muito emblemática, o Bolero, uma obra que evidencia as grandes qualidades deste compositor.
Porém, nesta obra que escolhi, "Ma mere l'Oye" ("A minha mãe gansa") o seu refinado cuidado orquestral, o seu bom gosto na fusão de timbres e a sua abordagem melódica são evidentes. O resultado é uma obra aparentemente simples, mas intensa, que se vai revelando a pouco e pouco, como um véu que destapa algo mais íntimo. É uma música que, afinal, acaba por se revelar muito mais profunda e complexa do que parecia inicialmente.
Deixo-vos dois andamentos; o primeiro, "Pavane de la Belle au bois dormant" (Pavane da Bela adormecida), e o último, "Le jardin féerique" (O jardim das fadas), tocados pela Orquesta da RTVE (Orquestra da Radio Televisão Espanhola), dirigida pelo maestro Ramon Tebar.
Agora que Portugal tem um novo Governo, cuja Ministra da Cultura (Gabriela Canavilhas) é oriunda do meio musical erudito, pode ser que haja orçamento para (re)criar uma Orquestra da Radio Televisão Portuguesa, a fim de que este ministério possa cumprir o serviço público de levar a Cultura, e, neste caso, a música erudita a todos os portugueses, e não apenas àqueles que a usam como bibelot de ostentação social.
Ouçamos Ravel, que ajuda a sonhar!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amostra sem valor


Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.

Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.


Amostra sem valor
António Gedeão

sábado, 17 de outubro de 2009

Música para o Fim-de-Semana

Estou de regresso ao meu mar sem sal...
O trabalho, uma campanha eleitoral, uma cadela operada de emergência, umas quantas noites (quase) sem dormir e uma criança que fez anos...
E agora um momento para sofrer com a morte de Liú, na ópera "Turandot", de Puccini, talvez a minha ópera preferida, ouvida até à exaustão nesta versão fantástica de 1998, na Cidade proibida, em Pequim, naquele que é agora o "Palácio da Cultura e do Povo".

Neste excerto, que de tão breve (10m.) deixará os visitantes com "água na boca" para ver toda a ópera (assim espero), assistimos à ária final da Liú, a fiel criada do rei Timur, rei deposto, pai de Calaf.
Calaf é o herói que desafia a morte, querendo responder aos três enigmas propostos pela fria princesa Turandot, que mandava decapitar cada homem de sangue real que não acertava nas respostas.
Mas ele acerta, e face à resistência da princesa em se entregar, propõe-lhe ele mesmo um enigma: que ela descobrisse o seu nome, e de madrugada ele morreria se tal acontecesse, e ela quisesse.
Assim, após este desafio, a princesa manda que ninguém durma em Pequim naquela noite até que se descubra o nome do estrangeiro (é quando Calaf canta a famosa ária "Nessum Dorma" - ninguém durma). Entretanto, os soldados descobrem Timur e Liú, e tentam arrancar o nome do príncipe através da tortura, mas Liú adianta-se e diz só ela possuir o nome dele, tentando assim salvar o pai do seu amado Calaf. Porém, não resistindo, acaba por falar com a princesa, dizendo-lhe que vai fechar os olhos para que Calaf possa vencer, e que também ela amará o príncipe. Fechará os seus olhos para não mais o vêr.. ("per non vederlo piú")
E suicida-se na presença da princesa...

"Tu, che di gel sei cinta", que se poderá traduzir mais ou menos por "tu que estás rodeada de gelo", é uma das grandes árias operáticas, das mais difíceis, das mais arrebatadoras... E a soprano Barbara Frittoli interpreta-a de uma maneira sublime, aqui com a orquestra dirigida por Zubin Mehta, nesta produção fantástica.


A boa notícia é que quem conseguiu ler o post até aqui é porque já está preparado para ouvir uma ópera inteira!!!

Bom fim de semana.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Parar... respirar... continuar...

Estou em Campanha... logo... não tenho tempo para nada.

Ainda nem tive tempo de fazer o meu luto pela

Mercedes Sosa



A ti, muchas gracias, Mercedes Sosa.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


Bertold Brecht



Amanhã a luta continua.
Hoje já é amanhã.

sábado, 26 de setembro de 2009

Dia de Reflexão

A reflexão é uma actividade a que muitos portugueses não estão habituados. Porém, hoje tem mesmo que reflectir. E a questão que se lhes/nos coloca é: estás farto da miséria a que chegou este país, e tens CORAGEM para mudar? Então vota em consciência pela RUPTURA E MUDANÇA.
Só há uma força política capaz de o concretizar.

domingo, 13 de setembro de 2009

PELA CULTURA, ASSINEM A PETIÇÃO

Só mesmo a CDU demonstra preocupação com a Cultura deste país.
Vamos assinar todos a petição on-line!

http://www.petitiononline.com/CDUCult/petition.html

Força CDU.
Com toda a confiança!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Venham mais cinco (mil) Festas

A Festa do Avante! foi fantástica. Só posso defini-la assim, porque qualquer outra palavra ficaria, no meu entender, aquem da sua grandiosidade.
Quem não foi... lamento... mas não compreenderão o que é passar 3 dias num espaço com tanta cultura, tanta solidariedade, tanta juventude, tanta vontade de mudar o mundo.
E acreditar que é possível fazê-lo.
Que não é só um sonho.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

A Liberdade segundo Miguel Torga

-Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

-Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
-Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.


Miguel Torga, in 'Diário XII'

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O conceito de Liberdade de Fernando Pessoa

"Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca..."

Fernando Pessoa, Liberdade


...Mas o melhor do mundo são mesmo as crianças!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Está tudo dito

...E o senhor presidente da Câmara de Viseu ainda diz, com ar prazenteiro, que esta é uma das melhores cidades para se viver... Como li algures: " Ele há cada um"...

Não resisti a levar emprestada a crónica de António Vilarigues do blogue "O Castendo", publicada há dias no "Público".
Imperdível. Ora leiam:

"O que custa apresentar listas de candidatos"

Pela primeira vez em 39 anos de militância partidária participei em processos de apresentação de candidaturas às autarquias locais. Desde a elaboração das listas até à sua entrega nos tribunais. A realidade, mais uma vez, ultrapassou tudo o que poderia imaginar.

Neste ano de 2009 muitos intervenientes no processo eleitoral evidenciam uma manifesta incapacidade em respeitar a legalidade democrática.

Nuns casos, por claro sectarismo político-partidário que rapidamente se transforma em actuações à margem da lei. Os exemplos, infelizmente, abundam e podem multiplicar-se. Um presidente de junta recusa-se pura e simplesmente a passar certidões de eleitor à CDU e só o faz quando intimado pelas autoridades competentes. Outro entretém-se a ameaçar putativos candidatos de que «ai deles» se por lá aparecer o respectivo pedido de certidão. No interior de uma Câmara funcionários, usando as suas funções hierárquicas, ameaçam trabalhadores seus subordinados que são candidatos, ou apenas apoiantes, de outras listas. Dezenas de presidentes de junta hostilizam e dificultam quanto podem este simples processo burocrático de obtenção de uma certidão de eleitor. Desde horários a prazos, passando por provocações políticas e mesmo pessoais, tudo serve.

Noutros casos, porém, é a realidade do país que somos que se impõem. Há presidentes de junta com uma actuação correcta, mas com manifestas dificuldades para responder a estas situações. Deixo aqui, à reflexão dos leitores, um caso exemplar.

Chega-se a uma aldeia e pergunta-se pelo horário da junta. «Está sempre fechada», respondem. E o presidente? «Está em casa». Vai-se até lá por caminhos ainda não alcatroados. O presidente está na lida da terra, a apanhar batatas. Diz-se ao que se vai. «Mas tem de ser agora?», interroga com ar natural e sem preconceito. Lá se vai à junta, pelos mesmos caminhos, e aí chegado constata-se a falta de óculos para ler. Pede a colaboração e nova viagem. Liga-se o computador e mais problemas. Gentil, fornece a password e lá se consegue obter três certidões de eleitor.

A questão é que este não é um exemplo isolado. Multiplicou-se, com diferentes cambiantes, por dezenas em quase todos os 24 concelhos do distrito de Viseu. Casos houveram em que, por aversão às novas tecnologias, certidões foram passadas à mão. Embora o programa informático para o efeito exista há já 8 anos e equipe todas as juntas de freguesia de Portugal.

Como parêntesis humorístico refira-se que numa câmara se realizou uma acção de formação sobre como, no dia da votação, informar os eleitores do seu respectivo número. Pois acreditem que presidentes de junta apareceram com «auxiliares» de 9 e 13 anos! E eram de diferentes forças políticas (PS e PPD/PSD). Estamos conversados!

Chegados aos tribunais os problemas persistem. E fica sem se perceber muito bem o porquê de certas actuações díspares. Num caso chegam ao extremo de exigir a apresentação de todos os bilhetes de identidade de muitas dezenas de candidatos. E se num lado se pedem requerimentos para tudo e mais alguma coisa, no outro, mesmo ao lado, podem-se resolver os problemas de forma expedita.

Resumindo. Neste distrito de Viseu o preconceito e o sectarismo político-partidário de quem está no poder são determinantes e condicionam mentalidades e actuações. Ser candidato da CDU (e não só) é – 35 anos depois do 25 de Abril de 1974 – na maioria dos casos, uma atitude de coragem pessoal. O que deveriam ser actos normais de cidadania transformam-se, por obra e graça de alguns, em autênticas batalhas políticas. Registe-se e reflicta-se sobre a tão propalada «qualidade» da nossa democracia.

In jornal "Público" - Edição de 21 de Agosto de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

De regresso à Pátria

Cá estamos novamente no nosso querido Portugal.
Talvez por ter estado num país a sério, sinto-me cada vez com menos paciência para as corrupções (grandes e pequenas), para os xicos-espertismos, para os "tugas na estrada", para os desinformados - já não há pachorra -, para os analfabrutos que em todas as terras encontramos, que repetem como máquinas bem ensinadas: "eu, de política não percebo nada!", e que, precisamente por ostentarem a sua burrice de forma tão ingénua, permitem que o grande capital continue, metodica e cirurgicamente, a dominar as suas vidas, a retirar-lhes direitos, a perpetuar a exploração do homem pelo homem.
Chatice!
Não mudou nada enquanto fui de férias!
Excepto... ter vindo com as mangas arregaçadas, e uma fúria nova... para a luta!
E claro...ter visto coisas bonitas, como esta.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vou ali e já venho

... Vou tirar uns dias de férias, visitar amigos e retemperar as energias.
O Mar sem sal vai comigo.
Voltaremos dentro de poucos dias, mais salgados e bem dispostos!
Até já!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Música para o Fim-de-Semana

Insónia. Outra vez.
Resolvi passar por cá!

Este video dispensa apresentações.
Verdi escreveu uma das mais belas páginas em toda a história da música com este "Va pensiero", o famoso coro dos escravos, da ópera "Nabucco".

Em tempos de profunda crise social - lá por estarmos em Agosto ela não desaparece - precisa-se de um pouco mais de solidariedade, de esperança por uma mudança séria para Portugal.

Até quando é que os portugueses se vão deixar enganar? Até quando é que se vão deixar manipular?

Espero que este segundo semestre de 2009 traga verdadeiras mudanças, caso contrário tudo continuará igual: os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Até quando?


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Agosto a gosto

Aqui está ele: o mês das férias. Votos de bom descanço para quem vai desligar... Votos de bom trabalho para quem já está de regresso à luta.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Brecht, esse profundo conhecedor da realidade portuguesa

Dificuldade de governar

1

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2

E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Foi longo o caminho


Hoje tive duas surpresas. Vá. Uma surpresa boa e uma má.
Qual querem que conte primeiro? A boa? Então lá vai.
Estava eu a lêr um jornal que sai às quintas-feiras que dá pelo nome de Avante!, e que é o único que em Portugal dá notícias verdadeiras sobre a luta dos trabalhadores, e sobre a acção do único partido político que os defende, o PCP, quando reparei num suplemento sobre os artistas que irão tocar à Festa do Avante!, no primeiro fim de semana de Setembro (dias 4, 5 e 6).
Sei de antemão ser este um dos melhores eventos culturais organizados neste país, único na forma e no conteúdo, que faz as delícias de militantes comunistas, simpatizantes, independentes, apartidários, jovens e velhos, homens, mulheres e crianças, e que durante três dias se vive algo único, que só quem lá vai é que entende que tem de lá voltar sem falta no ano seguinte.
Verifiquei, com agrado, que este ano irá actuar na Festa um cantor de intervenção português, daqueles que, à semelhança de um Zeca Afonso ou de um Adriano Correia de Oliveira, marcaram com a sua voz a luta contra o fascismo, e a certeza de uma liberdade que estava para vir. Verifiquei que o Samuel cantará na Festa, na nossa Festa... O nosso Samuel cantará para nós na nossa Festa. E isso foi um virar de página!
Foi longo o caminho que demoraram a percorrer os camaradas responsáveis pela selecção de artistas para a Festa. Congratulo-me pela descoberta que fizeram: o Samuel não estava morto, antes continuou a bater-se por ideais difíceis de conjugar com interesses de editoras discográficas!
E não só é importante ouvi-lo, como repudiarmos a pressão das editoras por promover este ou aquele artista, todos menos os comunistas - porque também nessa linha se faz a dominação ideológica.
E esta foi a surpresa boa.

A má... Bem, a má... A Teresa Salgueiro também vai cantar à Festa...
Alguns dirão "pois, pois, gostos não se discutem..."
Eu direi, antes: Não! Discutem-se como qualquer outro tema, pois a formatação do gosto está nas mãos de quem tem o poder. E quem tem o poder - as classes dominantes - também formatam de forma a tornar as pessoas acríticas, confundindo, apresentando-lhes "produtos" culturais desprovidos daquela pequena partícula que os faz pensar por si próprios.
Em suma, a meu ver, a cultura musical ainda é uma das áreas mais delicadas na formação de um homem emancipado e progressista.
Por isso é possível que pessoas com grandes qualidades ao nível do pensamento façam escolhas tão impróprias, como gostar da Teresa Salgueiro.
A Teresa Salgueiro não canta, mia. E mia como um gato sem graça, daqueles que ouvimos ao longe e que nos incomodam, que nos perturbam o café, a paisagem, os ouvidos...
É, para mim, mais um "produto" discográfico que faz ruído.

Fico-me pela felicidade de pensar que a Festa é bem mais que a Teresa, (desculpem, agora é com "z": Tereza) e que posso simplesmente não a ir vêr nem ouvir, e que as más opções - poucas - dos programadores podem sempre transformar-se. Disso é exemplo o convite, este ano, ao Samuel, e longo foi o caminho, repito-o, até perceberem a importância dele na Festa. Pelo seu exemplo de resistência.
Na nossa Festa do Avante!.