É raro gostar de algum artigo que seja da revista Visão. Mas desta vez, recebi este texto por email, fresquinho.. Confesso que o segundo parágrafo aqui transcrito me fez pensar alto um "Exactamente", e senti vontade de partilhar isto convosco.
“O ambiente das escolas é agora de ansiedade, com a corrida ao cumprimento das centenas de regulamentações que desabam todos os dias do Ministério para os docentes lerem, interpretarem e aplicarem. Uma burocracia inimaginável, que devora as horas dos professores, em aflição constante para a conciliar com uma vida privada cada vez mais residual e mesmo com a preparação das lições, em desnorte com as novas normas (tal professor de filosofia a dar aulas de "baby sitting" em cursos profissionalizantes) - tudo isto sob a ameaça da despromoção e do resultado da avaliação que pode terminar no desemprego (...)
No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais do que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento, e de fabricação de subjectividades obedientes".
E acrescento esta ideia: as "técnicas terríveis de dominação" a que se refere este cronista (nem sei como esta tirada passou na censura...) servem, nada menos nada mais, senão a uma única parte interessada: ao grande Capital. A este interessa, sobretudo, que as pessoas sejam acríticas, "bem comportadinhas", que se sintam intimidadas a fazer greves, manifestações, críticas ao(s) governo(s), etc , e - técnica ainda mais refinada - ensinem pelo exemplo (ou pior ainda, pelas palavras) os nossos estudantes a ter exactamente essa atitude. Domesticados, pois. Para podermos ser explorados até ao tutano.
Mas a luta aí está. Todos os dias. Para desmontar este grande esquema, e impedir que alastre. No que depender de mim, não vai haver domesticação nenhuma! Somos livres. Não voltaremos atrás. Disse.
Mas a luta aí está. Todos os dias. Para desmontar este grande esquema, e impedir que alastre. No que depender de mim, não vai haver domesticação nenhuma! Somos livres. Não voltaremos atrás. Disse.
9 comentários:
O texto é do José Gil. Só um dos maiores filósofos pensadores (parece incongruência mas não é)que este país tem. Tudo dito!
Beijinhos, Sal
Exactamente, Sal! As técnicas são conhecidas, as finalidades também, é então necessário desmascará-las e combatê-las pela subsversão, pela transgressão, pela liberdade.
Somos livres... de voar!
Um beijo
E disseste bem.
Um beijo.
Eu posso ser doméstica no sentido de que gosto dos trabalhos de casa. Sou porém indomesticável no que diz respeito a porem-me a pata em cima.
Aí reajo como uma fera e digo bem alto: NÂO!
Beijinhos
Para o que possa contar. O PCP já tornou a apresentar o seu contribto na Assembleia da República, através de um Projecto de Resolução para a suspensão imediata do processo de avaliação imposto pelo governo.
Para o que possa contar. O PCP já tornou a apresentar o seu contribto na Assembleia da República, através de um Projecto de Resolução para a suspensão imediata do processo de avaliação imposto pelo governo.
Que a voz não te doa!
Abreijos
Caminho ao teu lado!
Beijinhos
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