domingo, 18 de abril de 2010

Sophia sabia o que hoje sinto...

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia de Mello Breyner Andresen

3 comentários:

Maria disse...

.......

Beijinho grande, Sal.

Júlia Rocha disse...

Nada tenho a acrescentar, senão que não estás sozinha, querida querida amiga.

GR disse...

A Revolução também se faz com os grandes exemplos.

À memória da Sofia que ficará Sempre na nossa memória.

Bjs,

GR