Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
3 comentários:
.......
Beijinho grande, Sal.
Nada tenho a acrescentar, senão que não estás sozinha, querida querida amiga.
A Revolução também se faz com os grandes exemplos.
À memória da Sofia que ficará Sempre na nossa memória.
Bjs,
GR
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