“Quando descobrimos aquilo de que somos feitos e a maneira como somos construídos, descobrimos um processo incessante de construção e destruição e apercebemo-nos de que a vida está à mercê desse processo interminável. Tal como os castelos de areia das praias da nossa infância, a vida pode ser levada pela maré.” António Damásio, O Sentimento de Si (1999)
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Síntese
Na próxima sexta-feira, dia 14, realiza-se o último concerto do ciclo de música contemporânea da Guarda "Síntese".
Este concerto reveste-se de uma importância especial para mim, visto estar envolvida nas três estreias mundiais que iremos fazer.
A primeira, "Ecos de Jerusalém", é do compositor José Carlos Sousa. A obra remete-nos para o conflito no Médio Oriente, e revela um apelo à paz.
A segunda obra, "Em Terra", é de Amílcar Vasques-Dias, e é baseada no poema "Vejam bem" de Zeca Afonso. (Para grande surpresa minha, o compositor dedicou-me a obra.)
A terceira obra, "Canzona II" é de Christopher Bochmann, um compositor inglês que reside há vários anos em Portugal.
Sem desprestígio para o José Carlos Sousa, que é o compositor mais jovem, na casa dos trintas, o Amílcar e o Bochmann são duas referências incontornáveis no panorama da música contemporânea portuguesa. E com eles estudaram muitos dos novos compositores.
A responsabilidade é grande, mas a vontade de cantar estas obras é ainda maior. Por isso... vamos lá voltar ao estudo!!!
Nota de Rodapé: Quem disse que a música contemporânea só se faz nos grandes centros? Experimentem vir à Guarda. Vão ficar surpreendidos! Ah! E tragam roupa quentinha!!!
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6 comentários:
Como gostava de estar presente.
Penso que não vai ser possível.
Mas sei que vai ser uma grande noite.
Bjs,
GR
Reservas:
Teatro Municipal da Guarda, tel. 271 205 240
É verdade, Sal, trata-se de compositores de primeira linha, tocados por músicos que têm todas as condições para uma interpretação de primeira linha.
A música contemporânea acontece onde houver vontade que aconteça. É verdade que vivemos num paisito onde ainda se pensa que "as coisas" acontecem essencialmente em Lisboa, e também, vá lá, condescendentemente, às vezes no Porto.
E que quando acontecem alhures (especialmente naquilo que alguém de parcas vistas baptizou de "o interior") são coisitas de segunda.
Este ciclo mostra o contrário, como, em geral, a programação do TMG (basta ir ver, está na net). E provavelmente encontraríamos outros bons exemplos por esse país fora.
O país não é só Lisboa (talvez já o tenha sido, ou talvez nem por isso).
Apesar de os vários governos pouco ou nada terem feito para que assim seja. Este ciclo Síntese, por exemplo, viu recusado apoio por parte do Ministério da Cultura - DGArtes.
O problema não é a distância Lisboa-Guarda: é o trabalho.
Desejo que tudo corra como desejas.
Um beijo amigo.
E porque hoje é o grande dia,
Mil bjs e 1 grande ramo de Cravos Vermelhos
GR
Foi bom, Sal. Muito bom.
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