Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre (poema feito num tempo em que ainda era coerente)
5 comentários:
Permite-me discordar: o Manuel Alegre não era coerente, só não tinha ainda tido tempo de mostrar que era incoerente. Ou não tinha ainda encontrado o seu caminho, a sua verdadeira escolha de vida, a sua missão ao serviço do grande capital.
Olaa! gostei bastante do seu bloger , esse poêma é lindo! tenha um bom fim de seman.
Bom dia, Sal e companhia!
Por aqui passo, por aqui vejo e gosto mas raro deixo a palavra devida. Talvez porque Sal começa por S e já aqui chego na alfabética altura e com tempo esgotado...
Hoje páro e deixo-te uma saudação especial. Por ontem. E para amanhã.
Gosto do poema... há sempre alguém que diz não mesmo quando o poeta deixou de o dizer ou passou a dizer um não que não é não! Coisas da vida... e da poesia.
Abreijos
Esse poeta já morreu fisicamente, existe um cadáver adiado que tem o mesmo nome e que está há muitos anos na Assembleia da República.
O poema é muito bonito, como os outros escrito na mesma altura.
Só não sei se foi ele quem os escreveu...
:)))
Beijos, ainda (e sempre) com cravos vermelhos
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