-Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
-Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
-Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
-Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
-Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
5 comentários:
Bem, bem! Grande Torga!
...
Acho que já sei porque te tens cruzado com estes poemas sobre liberdade...
A importância de «olhar noutro sentido»...
Um beijo.
Santificado seja!
(Até 6ª?)
Brilhante!
bjs,
GR
E há quanto tempo os meus olhos não caíam nestas palavras!
bemdito poeta que assim escreve: santas palavras!
Beijitos
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