sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Num rio que desapareceu... ou não?

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.

poema Mário Cesariny
Foto: Carlos Canhoto

4 comentários:

Justine disse...

Que belíssimo modo de dizer amor!
Beijinho aos 3:))

linhadovouga disse...

Não desapareceu.

Teresa Calcao disse...

Passei la hoje......so o barquinho e que desapareceu.....
Beijinhos

samuel disse...

Muito bonito!
Tudo... o poema, a fotografia... a ideia por detrás...


Abreijos.