Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender …
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar …
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
(Hmmm. Não sei... tenho as minhas dúvidas... É que... o poeta é um fingidor. Por isso não sei se desta vez está certo...)
6 comentários:
Cada poema é sentido de maneira diferente, tendo até a ver com o nosso estado de espírito...
Mas "Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..." é muito bonito...
Beijinho e obrigada por este lindo poema
É verdade que «o poeta é um fingidor», mas é também... «lúcido, merda!»
Um beijo.
E já agora, deixa-me dizer-te que não só vi/ouvi a Calas no S. Carlos, mas também tive a audácia de tentar (e conseguir falar com ela (cerca de dez minutos)...
A adolescência é a mãe de todas as audácias...
Fingidor será... mas gaita, que é bom!
Abreijos
Ora - aí está um poema que dava panos para mangas. Mas até parece pecado contrariá-lo. Porque é tão belo que apetece deixar ficar assim...
Beijinhos, Sal
Temos que ver isso das enguias. O Antuã já propôs caldeirada em Pardilhó. Eu, que nunca lá comi, fiquei curiosa... e fica ameia dúzia de kms.:))
Penso em como seria,
uma tempestade num copo d'agua.
E o que poderia se afogar alí dentro...
Um amor egoísta?
Talvez...
Lembrei-me agora daquela música que cantei pra você outro dia, antes do meu telefone quebrar.
A minha voz desafinada,
escandalizando a bela canção.
Piada !
Só não vejo ninguém rindo aqui..
Socorro ! Eu tô triste !
Exageradamente na sua frente,
me arrasto e grito..
É um outdoor luminoso.
Existe ?
É pra chamar a atenção...
... ã ?
Nada não !
Aqui diz P e n s a m e n t o s
Então mantenho o meu assim, pensando...
Bom Fim de Semana
V.V.A.
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