quinta-feira, 25 de setembro de 2008

E se perdessemos a lucidez por uns instantes?

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás…

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender …

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar …
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...



(Hmmm. Não sei... tenho as minhas dúvidas... É que... o poeta é um fingidor. Por isso não sei se desta vez está certo...)

6 comentários:

Maria disse...

Cada poema é sentido de maneira diferente, tendo até a ver com o nosso estado de espírito...
Mas "Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..." é muito bonito...

Beijinho e obrigada por este lindo poema

Fernando Samuel disse...

É verdade que «o poeta é um fingidor», mas é também... «lúcido, merda!»


Um beijo.

Fernando Samuel disse...

E já agora, deixa-me dizer-te que não só vi/ouvi a Calas no S. Carlos, mas também tive a audácia de tentar (e conseguir falar com ela (cerca de dez minutos)...
A adolescência é a mãe de todas as audácias...

samuel disse...

Fingidor será... mas gaita, que é bom!

Abreijos

Lúcia disse...

Ora - aí está um poema que dava panos para mangas. Mas até parece pecado contrariá-lo. Porque é tão belo que apetece deixar ficar assim...
Beijinhos, Sal

Temos que ver isso das enguias. O Antuã já propôs caldeirada em Pardilhó. Eu, que nunca lá comi, fiquei curiosa... e fica ameia dúzia de kms.:))

Anónimo disse...

Penso em como seria,
uma tempestade num copo d'agua.
E o que poderia se afogar alí dentro...

Um amor egoísta?

Talvez...

Lembrei-me agora daquela música que cantei pra você outro dia, antes do meu telefone quebrar.

A minha voz desafinada,
escandalizando a bela canção.

Piada !

Só não vejo ninguém rindo aqui..

Socorro ! Eu tô triste !

Exageradamente na sua frente,
me arrasto e grito..

É um outdoor luminoso.

Existe ?

É pra chamar a atenção...

... ã ?

Nada não !

Aqui diz P e n s a m e n t o s

Então mantenho o meu assim, pensando...

Bom Fim de Semana

V.V.A.