Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher.
Eu, como detesto aquelas comemorações de grupo, do género o-meu-marido-deixou-me-sair-hoje, gostaria que este dia fosse lembrado não pela patetice das flores e dos bom-bons, mas pela sua simbologia social e política.
Em 1857, em Nova York, enfrentando a repressão dos patrões, um grupo de operárias texteis fizeram uma greve memorável, onde exigiam melhores salários e redução do horário de trabalho (de 16h para 10h diárias!). Enfim. Exigiam ser tratadas com mais dignidade. A sua luta, e a sua persistência tornaram-se um exemplo por este mundo fora, e a partir daí mais mulheres passaram a lutar pela conquista de direitos laborais, políticos, sociais, etc.
Hoje, em 2008, neste nosso país à beira-mar plantado: 35% das mulheres ainda trabalham ao sábado e 20% ao domingo, 14% trabalham à noite; 53% de mulheres menores de 25 anos têm contratos não-permanentes; as mulheres constituem 78% dos assalariados a tempo parcial; 6,3% ganham o salário mínimo; as mulheres auferem, em média, 77% do ganho médio dos homens; e representam 56% do total de desempregados deste país.
Ainda há muito a fazer pelas mulheres portuguesas.
Em vez de ramos de flores era preferível que elas recebessem melhores salários, mais dignidade, mais justiça e igualdade;
Era preferível eliminar os casos de violência doméstica;
Era preferível legislação laboral e horários adequados à vida de uma mulher que trabalha e cuida da família;
Era preferível que as ameaças, a insegurança e a desigualdade deixassem de existir;
Era preferível mais RESPEITO.
Assim sendo, seria certamente um motivo para comemoração.
3 comentários:
Era preferível.....
.... um dia vamos dizer: foi preferível, vencemos com a LUTA!!!!!!
Um beijo
sabes, nc vou conseguir perceber , cm pode a "vida humana" ter tao pouco valor em determinadas situaçoes!!
Pertence ao grupo das "patetices"... mas aí vai:
Abreijos.
E que os "deuses" mais a musa Euterpe te conservem essa atitude :)))
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