quinta-feira, 29 de maio de 2008

Fim de ano lectivo, perspectivas futuras

O fim do ano lectivo aproxima-se. Para quem, como eu, trabalha no ensino especializado de música (ministrado em instituições vulgarmente conhecidas por conservatórios e academias) este final de ano reveste-se de alguma incerteza face ao futuro. Foram anunciadas alterações por parte do Ministério da Educação que são já conhecidas de todos nós, e sobre as quais tive várias vezes a oportunidade de falar aqui no Mar sem Sal.
Agora, depois de alguma exposição mediática, este assunto parece começar a interessar a outros partidos que não o PCP, que sempre esteve à frente em matéria de defesa de um ensino de democrático e de qualidade, também neste sub-sector.
Mas os tempos que se aproximam não são fáceis. Está criado um sentimento de insegurança, de instabilidade relativamente a 2008/2009.
O que se avizinha, se não houver luta, será uma reestruturação que vai servir apenas para um crescente aumento de privados interessados na corrida. Já me foram "sopradas ao ouvido" algumas novidades. Novos currículos, novo modelo de organização dos alunos em regime articulado, novas funções para professores... Mas... pergunto eu:
Para quando uma rede pública de escolas públicas de ensino especializado de música (e das outras artes)? É que, concordarão, é muito diferente falar em assegurar um serviço público através de escolas privadas, que é o que este ME quer fazer (com uma ajudinha da AEEP), é muito diferente, dizia eu, de assegurar um ensino público, uma rede de escolas, que tem de ser criada uma vez que é inexistente, que assegure o ensino a todas as crianças, inclusivé fora do regime articulado, ie, em regime supletivo.
Não sei se "esperar para vêr" se aplica neste caso. Eu, por mim, ía já para a rua protestar, exigir que me fosse explicado "tim-tim por tim-tim" o que é que se vai passar daqui a... quatro míseros meses.

5 comentários:

Fernando Samuel disse...

Para já, muitos cartazes gritando essa exigência, no dia 5, na Avenida...
Beijo amigo.

Anónimo disse...

Camarada
Antecipar uma jogada sem trunfos ns mão é perigoso, podes estar a dar trunfos ao adversário.
Agora se tens trunfos, vamos para a frente,estou solidário.

Maria disse...

Não sei não, acho que "essa coisa da cultura - música" está afastada dos horizontes deste governo. Têm o JB no CCB e acham que já fizeram tudo... :)))
E depois um povo culto é um povo perigoso, não é?
Apoio a sugestão do Fernando Samuel...

Beijinhos, Sal

samuel disse...

Ainda se fosse "jogging"... agora música, artes?
Não estou a ver o Sócrates e a Marilu a pensarem muito no assunto, não.
Para já, estou com a sugestão do Fernando... e depois, para o que de mim precisares (precisarem).

Abreijo

Lúcia disse...

Era importante que fosse claro o que pretendem. É essa clareza que falta. Decisões de gabinete, há muitas. Exequiveis é que nem tanto. Se calhar, é mesmo aguardar pelas decisões finais. A propósito: nunca se viu um povo vir para a rua pelas questões da cultura, pois não? E, no entanto, a cultura anda (ou devia andar) de mãos dadas com a Educação.
Beijinhos