terça-feira, 6 de maio de 2008

PS

"Em Portugal não só se atravessa uma situação particularmente grave como poderá ter desenvolvimentos ainda mais agravantes, se o povo português não puser fim à política da direita desenvolvida pelo governo do PS e PSD que em conjunto preparam contra o povo, contra o país, contra a democracia, contra os interesses nacionais.

Já ninguém contesta que o voto no PS traduziu a esperança numa mudança. O PS enganou o eleitorado, e o eleitorado que tinha tal esperança enganou-se de votar no PS."


O ano era 1996, e as palavras são de Álvaro Cunhal, ditas durante o XV Congresso do PCP, no Porto.
Continuam actuais, por uma incrível coincidência. Mesmo decorridos 12 anos.
Sinto-me numa sala de cinema a ver uma nova versão de um filme conhecido. As personagens são diferentes mas o (mau) argumento é o mesmo.

Novos argumentistas até há. Precisam é de uma oportunidade
, e o filme será outro...

10 comentários:

samuel disse...

Ainda por cima, vendo a "qualidade" dos dirigentes actuais, apetece dizer que "as tragédias na História repetem-se sempre como farsa", frase dita por alguém que sabia o que dizia.

Abreijo

GR disse...

O PS repete a História. O filme agora está mais gasto, cansado.
O espectador/eleitor está Farto!

A Luta é o Caminho!

GR

Maria disse...

Li o teu post e por causa de um pormenor (de/ao) fui ao google. Andei por lá uma hora. Encontrei textos muito interessantes que já não lia há muito tempo....
O autor? Pois, esse, AC. O rigor das análises, as previsões feitas, o incentivo à luta, à luta contínua....
É o que temos que fazer, Sal. Se quisermos um futuro diferente para os teus filhos e nossos netos...

Beijo

Lúcia disse...

Há novos argumentistas? Haverá mesmo, ou somos nós que queremos acreditar nisso? É que já me convenci que o poder tem cá um efeito em quem o abraça...perigoso. Muito perigoso. Já não me iludo.
Xi

Sal disse...

Samuel:

É certo que as tragédias se repetem, mas as lutas dos povos são uma constante na História da Humanidade.
lutemos, pois.

GR
É o caminho com gente como tu, claro.


Maria:
AC era um homem inigualável. Quanto mais leio coisas escritas por ele mais o admiro. percebo porque perdeste uma hora na net..


Lúcia:

Antes de mais, bem vinda ao Mar sem Sal. Cada um tem o direito de acreditar no que quiser, mas sinto que realmente temos de estar atentos a quem nunca teve o tal "poder" nas mãos. repara que PS, PSD e CDS já estiveram no Governo, nos últimos anos, e tem sido um descalabro... Nesses não acredito.
Mas acredito em pessoas do PCP, por exemplo, até porque conheço algumas pessoalmente e sei que não tem qualquer sede de poder, querem apenas que exista uma sociedade mais justa, um mundo melhor. É só a minha opinião, claro.
Convido-te a ires passando por cá, para cantares comigo umas cantigas...

beijinhos a todos

Lúcia disse...

Sal
Esta conversa levava-nos muito e muito e muito longe...Nela cabem utopias, sonhos, desilusões, a condição humana, o poder e a sua vivência, a História e os seus exemplos. Acho que iríamos concordar, discordar, rir, chorar e, acima de tudo, íamos fazer coceguinhas nas celulazinhas cinzentas (como diria o Poirot). Infelizmente não cabe aqui.
Mas sim, vou andando pelo teu cantinho do qual gostei muito.
Sempre te vou dizendo que não vi um único partido político que representasse na totalidade os princípios que defendo. Muito sinteticamente, sempre te digo que vejo os partidos políticos como óptimos grupos de pressão. Quanto a representações ideológicas, são-no quando estão na oposição. E ainda não vi excepções. O PCP não esteve no poder em Portugal. Mas não preciso de os ver lá para saber o que seria. A História, noutros países, mostrou-nos. E também conheço gente fantástica no PCP, tal como em outros partidos, de quem sou amiga. E não duvido das suas intenções. Mas o partido, enquanto sistema, é diferente dos membros individuais que o compõem. Nem creio que o partido é o todo. Há algo que se transforma no produto final. Bom, eu nem queria escrever tanto, mas isto, realmente, é um assunto interessante e seria giro conversar sobre isto tudo. Quem sabe um dia...
Xi.

Fernando Samuel disse...

É assim há 32 anos, e eles continuam a andar por aí...

Justine disse...

É verdade, a história vai-se repetindo, nós sabemos, mas não precisava de ser com intervalos tão curtinhos...

Sal disse...

Lúcia:

Concordo com algumas das coisas que dizes, realmente. Mas tenho uma visão diferente. É natural. Temos, por certo, vivências diferentes em relação a esta questão dos partidos.
Gente com qualidades, há em todos os partidos. Também tenho amigos de outros quadrantes políticos, com quem gosto de conversar.
Em abono da verdade tenho que dizer que o PCP é um partido português (como o nome indica), e apesar de haver na História outros partidos comunistas (que fizeram a própria História), este PCP nunca se "colou" a nenhum deles em termos de programa, ou seja, aquilo que quer para o país. Muito menos no pós-25 de Abril, como por vezes a comunicação social e alguns fazedores de opinião querem fazer acreditar. Uma mentira muitas vezes repetida...
Termino, porque isto dá pano para mangas, dizendo duas coisas:
como militante deste partido sempre percebi que NÓS, militantes, somos o partido. Não há chefes, não há "sistema", somos nós, nas bases, que discutimos tudo. Tudo. Aquilo que o Jerónimo às vezes anuncia já levou uma larga discussão em cada distrito por esse país fora. Eu sei isto porque participo activamente nas coisas. E também sei que não é isso que acontece nos outros partidos.
A outra coisa que quero dizer é que o PCP tem um projecto próprio. Se um dia quiseres e tiveres um bocadinho vai a www.pcp.pt e procura o programa do partido.
Pelo menos lês e logo vês se é ou não o que estavas à espera.

Vai passando. É sempre agradável saber que se pode conversar civilizadamente com quem discorda de nós. Ainda por cima em matérias tão sensíveis.

Beijinhos

Lúcia disse...

Sal
Sobre o trabalho dos militantes do PCP, não só não duvido do que dizes, como sei que é mesmo assim conforme descreves.
Mas partidos+poder... deve ser de mim... desiludida, logo desconfiada. Muito a dizer, de facto, sobre isto.
Xi