“Quando descobrimos aquilo de que somos feitos e a maneira como somos construídos, descobrimos um processo incessante de construção e destruição e apercebemo-nos de que a vida está à mercê desse processo interminável. Tal como os castelos de areia das praias da nossa infância, a vida pode ser levada pela maré.” António Damásio, O Sentimento de Si (1999)
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
A nossa "Madrugada" de dia 1 de Março
Madrugada
Dos que morreram sem saber porquê
Dos que teimaram em silêncio e frio
Da força nascida do medo
Da raiva à solta manhã cedo
Fazem-se as margens do meu rio.
Das cicatrizes do meu chão antigo
E da memória do meu sangue em fogo
Da escuridão a abrir em cor
De braço dado e a arma flor
Fazem-se as margens do meu povo
Canta-se a gente que a si mesma se descobre
E acordem luzes arraias
Canta-se a terra que a si mesma se devolve
Que o canto assim nunca é demais
Em cada veia o sangue espera a vez
Em cada fala se persegue o dia
E assim se aprendem as marés
Assim se cresce e ganha pé
Rompe a canção que não havia
Acordem luzes nos umbrais que a tarde cega
Acordem vozes, arraiais
Cantam despertos na manhã que a noite entrega
Que o canto assim nunca é demais
Cantem marés por essas praias de sargaços
Acordem vozes, arraiais
Corram descalços rente ao cais, abram abraços
Que o canto assim nunca é demais
O canto assim nunca é demais.
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7 comentários:
«O canto assim nunca é demais»...
e aquele cravo de abril, tão, tão de abril!
Foi bem relembrar tudo isto. Obrigado.
Para quem não souber... o Duarte Mendes continua a cantar bem e só não vou estar a cantar com ele no próximo 25 (24) de Abril porque já me tinha comprometido com a Junta CDU de S. Pedro da Cova.
o que desespera a gentalha fascista é que o 25 de Abril ainda é presente e tem perspectivas.
Recordo este dia do Carlos Mendes, que tambem deve ser rapaz,próximoda minha geração!
Tinha uma bela voz!
Bem hajas por o ters trazido ao nosso convívio!
José Manangão
Sal
Desculpa ,tú e o Duarte, por lhe ter chamado Carlos!
A blogosfera, começa a tornar-se cansativa, quero ir a todas e ás duas por três, começo a chamar Carlos ao Duarte, penso que ambos compreendem!
Abraço
José Manangão
caro Samuel: eu própria já me tinha questionado o que seria feito do Duarte Mendes. Ele tem um timbre de voz muito interessante e seria uma pena ter deixado de cantar.
Estimo em saber por ti que ele continua a fazê-lo.
Interessante!
Esta canção tem precisamente a tua idade. Como a descobriste?
Linda!
Acabei de ler o comentário do Samuel, dando resposta à pergunta tantas vezes por mim feita. Gostei de saber que o D.M. ainda canta e vai cantar para as comemorações de Abril? Que bom!
A Letra é linda,forte.
O Cravo! “Cravo vermelho ao peito, a todos fica bem…”
GR
GR
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