Dedicado ao artista plástico José Dias Coelho, assassinado a tiro, em 19 de Dezembro de 1961. Nesse dia, pelas oito horas da noite, cinco agentes da PIDE saltaram de um automóvel, na então Rua dos Lusíadas e que hoje tem o seu nome, em Alcântara, perseguiram-no, cercaram-no e dispararam dois tiros. Um tiro à queima-roupa, em pleno peito, deitou-o por terra; o outro foi disparado com ele já no chão. Os assassinos meteram-no num carro e partiram a toda a velocidade. Só duas horas depois, quando estava a expirar, o entregaram no Hospital da CUF. Refira-se que José Dias Coelho foi assassinado por ser comunista e não, como é obvio, por ser artista plástico.
(in My-lyrics.ws)
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação.
9 comentários:
Nunca é demais lembrar o que "eles" fizeram.
Para que nunca se esqueça.
Para que nunca mais aconteça...
É um post emocionante, Sal. Sei o que senti neste dia, no Coliseu...
Obrigada.
Beijos
O jeito que lhes dava se todos nos esquecêssemos.
Boa escolha, Sal!
coneci o Zeca, quando ele fez e gravou esta lindíssima canção. fiz até parte do disco. ainda hoje me arrepio ao ouvi-la!!!
que a nossa memória não seja curta!
obrigada, Sal!!!!!!!!!!
beijocassssssss
vovó Maria.
Temos que lembrar. Sempre. A justiça não vingou estas vítimas. O Estado até pagou pensões vitalícias a alguns inspectores. Imperdoável.
Tocante, a tua lembrança, Sal.
A perseguição continua. Salazar roubou a juventude que fez a guerra colonial, sócrates está a roubar-lhes a velhice.
Quero dizer Salazar roubou a jubentude a quem fez a guerra colonial, Sócrates está a roubar-lhes a velhice.
Esta canção do Zeca tem um significado muito especial aqui em casa, e é sempre muito comovente ouvi-la. O Anónimo ou eu ta contará, um dia.
Obrigada pelo post.
É das que gosto mais de cantar. Sempre forte.
Beijo
Justine:
Eu sei. Não conheço pormenores mas sei o que se passou.
bjs
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