Brinca a manhã feliz e descuidada,
como só a manhã pode brincar,
nas curvas longas desta estrada
onde os ciganos passam a cantar.
Abril anda à solta nos pinhais
coroado de rosas e de cio,
e num salto brusco, sem deixar sinais,
rasga o céu azul num assobio.
Surge uma criança de olhos vegetais,
carregados de espanto e de alegria,
e atira pedras às curvas mais distantes
- onde a voz dos ciganos se perdia.
Porque me faltam palavras, hoje.
E a chuva insiste em não me deixar sorrir.
10 comentários:
Sal: e eu que sempre pensei que gostavas de chuva, e de a ouvir cair, e do cheiro das florestas molhadas...
E gosto.
Esta a que me refiro é chuva metafórica, Mide, chuva metafórica...
Ah, metafórica!
E a poesia do Eugénio é sempre muito bem-vinda, qualquer que seja o tempo dentro do nosso coração :)
Nada como um bom pretexto.
Está de chuva... Eugénio.
Está de chuva metafórica... mais Eugénio.
Faltam as palavras... ora deixa lá ver... Eugénio.
Ainda por cima tão fresco, tão claro... como Abril à solta nos pinhais.
Abreijo
E se voltarem a faltar-te as palavras, lembra-te por exemplo... do Eugénio...
Chuva, talvez! Espero q seja apenas chuva!!
Pergunto-me, quando se ira acalmar?!
...
Olá a todos.
A chuva metafórica já acalmou...
Mas ainda chove bastante lá fora.
Lá diz o ditado "Abril, águas mil"
beijinhos
Então a Stôra, deichou o Eugénio de andrade , a fazer as honras da casa e...foi ver a chuva?
Beijinho para a pequerucha!
José manangão
Abril cantado por tantos poetas...
com ou sem chuva, Eugénio pode vir até aqui sempre. E os outros eugénios que são aris e Abris...
Bom fim de semana por aí
Beijo
Enviar um comentário