segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Direita Portuguesa


Hoje liguei o rádio e, pimba. Lá levo com as considerações idiotas do Júdice, numa rádio pública (eu estou a pagar para ouvir parvoíces?): que o PSD não tem líder, que a direita está desorientada, que a maioria absoluta do PS não deixa o PSD ocupar o seu espaço de sempre no espectro político português, blá, blá, blá.
É espantoso verificar a falta de coragem deste e de muitos outros comentadores de serviço para dizer aquilo que é verdade, e que já quase todos os portugueses perceberam: que o problema é a governação à direita levada a cabo por este Partido (que se diz) Socialista. A propósito da desistência de Luís Filipe Meneses, estou plenamente de acordo com o que foi escrito no blogue Cravo de Abril, e passo a citar:
"Na verdade, o governo PS/Sócrates tem levado tão longe a política de direita comum ao PS e ao PSD, que não deixa qualquer espaço de manobra a qualquer candidato à execução dessa mesma política. E seja quem for o substituto de Menezes, irá confrontar-se com idênticos obstáculos. É que já não há folclore alternante que pegue..."

Posto isto, pergunto-me até quando se vai ignorar a verdade? Até quando vão os portugueses assobiar para o lado?
A oposição às políticas de direita do Sócrates existe, caramba.
É feita pelo Partido Comunista Português. Mas até quando esta verdade vai ser escondida, abafada?

7 comentários:

samuel disse...

Sal

Enquanto puderem...
O medo irracional de uns e o ódio de outros é uma nódoa que alastrou por todo o lado.
Por alguma razão temos os casos conhecidos de cidades, vilas e freguesias, onde as pessoas votam nos comunistas que conhecem desde a escola, para a Câmara ou para a junta, mas depois, nas eleições para a Assembleia da República, ou como agora se quer fazer crer, para Primeiro Ministro, nessas mesmas localidades vota-se PS ou outra droga qualquer.
Moro numa dessas cidades...

Bom post!

Anónimo disse...

Samuel essa cidade e esse concelho são a mãe de grandes lutadores e de mártires da luta antifascista e de defesa da reforma agrária. Também já votaram para a Assembleia da república. o problema é que o proletariado rural hoje é diminuto. o outro proletariado há-de ser conquistado.

zemanel disse...

O preconceito é terrível.
Temos que o saber derrotar.
É a nossa tarefa.
Venceremos?
SIM!

GR disse...

Na realidade como diz o Samuel, o medo é irracional.
Todos podemos dar como exemplo, os muitos cidadão que contactam (a medo) com comunistas, porque têm graves problemas no emprego (operários, funcionários públicos, pequenos e médios empresários, até licenciados). Confiam em nós, sabem que lutamos pelos seus interesses, votam em nós, Voto de Confiança! mas…para as Legislativas é o que se vê.
Também não deixa de ser verdade (como analisa o Antuã) os trabalhadores rurais e pescas são cada vez menos.
Neste momento até já nem dizem trabalhador, passaram a dizer hipocritamente colaborador.
Havemos de dar a volta a esta situação!

(Só hoje escrevo. O meu computador está com problemas).

GR

Anónimo disse...

Nesse debate houve um cromo que disse alguns chavões sobre os partidos (acabando a defender a criação de um partido "contra o aborto"). Um dos chavões era o de que os partidos já não defendem causas.
Engana-se o cromo. Os partidos defendem causas. Uns defendem a causa dos trabalhadores. Outros defendem a causa dos grandes capitalistas.
Os primeiros dizem a verdade, porque ela é honrada, digna, nobre, e porque faz parte da sua maneira de estar na vida - por isso defendem essa causa e não outra.
Os segundos não podem dizer a verdade, porque se arriscariam a que aqueles que não defendem deixassem de lhes dar apoio. Sendo esses a maioria, lá se ia o negócio.
Por isso mentem. E por isso abafam e combatem com armas de mentira massiva (ou massiça) a verdade dos que dizem a verdade.
A nós, que estamos entre os que defendem a causa dos trabalhadores e por isso dizemos a verdade, compete-nos continuar a dizê-la, a verdade. E aproveitar, para além dos meios tradicionais, este meio fabuloso e ainda não muito censurado que é a internet para o fazer.
Como tu o fazes, Sal.
Desculpa a dimensão do comentário.

Maria disse...

Pela comunicação social, sempre....
Temos que ser nós, mesmos, a falar e a falar e a falar.... depois dizem que temos uma cassette.... pois se eles não dizem, temos que dizer nós.
O Samuel tem razão: Sindicatos, CT's, freguesias, câmaras, podem votar em nós. Para o trabalho, votam em nós (sobretudo nas empresas).
Para a AR, espera aí um bocadinho....
E tenho amigos que já votam em nós nas freguesias e CM's, mas ainda não consegui levá-los a votar CDU para a AR.... encolhem-se, mas o erro deve ser meu... serei pouco convincente...

Pois temos então que trabalhar nós. E muito. Sempre. E pode estar ao nosso alcance, tão perto....

Beijos

Sal disse...

Samuel:
"o medo irracional de uns e o ódio de outros"... é exactamente isso que impede que a verdade venha acima. Mas a verdade é como o azeite...
Hoje um amigo de Braga disse-me que já há quem queira erguer uma estátua ao Cónego Melo, lá em Braga. É o tal ódio a funcionar...

Antuã:
Com a tua ajuda certamente que temos mais hipóteses de vencer.
Boa análise da situação.

ZéManel:
Venceremos? Claro.
Hasta lá vitória. Só pode.

GR:
Os computadores são um problema. Deixam de funcionar quando muito bem entendem e não se compadecem de nada. E os arranjos estão caros!!!
É como dizes. E eu, por exemplo, recuso-me a chamar os trabalhadores de colaboradores. Em nenhuma situação o faço.

Mide:
Excelente análise. Também ouviste parte do debate na Antena 1, não foi? Esse era aquele cromo que falava da crise de "valores" nos partidos, não foi? A jornalista pediu-lhe para citar um exemplo e ele respondeu com o "não ao aborto". Valores? Só se forem os da bolsa...

Maria:
Certamente que deves ser convincente. Só que só se consegue ser convincente com pessoas abertas e inteligentes. Quem já tem as suas ideiazinhas pré-concebidas acerca dos comunistas, e pensa que já sabe tudo sobre o PCP, já não pode ser esclarecido por quem quer que seja.

Beijinhos a todos e boa semana.